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O Vasco associativo entrou com a primeira ação judicial contra a 777

O Vasco associativo entrou com a primeira ação judicial contra a 777 na terça-feira. A ação cautelar corre em segredo de Justiça na 4ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. O movimento busca ter garantias da saúde financeira da Sociedade Anônima do Futebol (SAF), citando o artigo 477 do Código Civil.

O texto do artigo diz o seguinte: “Se, depois de concluído o contrato, sobrevier a uma das partes contratantes diminuição em seu patrimônio capaz de comprometer ou tornar duvidosa a prestação pela qual se obrigou, pode a outra recusar-se à prestação que lhe incumbe, até que aquela satisfaça a que lhe compete ou dê garantia bastante de satisfazê-la”.


O caso é tratado em sigilo pela diretoria de Pedrinho, que não comenta o caso, mas faz parte de movimento de ruptura com a 777, acusada de fraude em processo na Justiça dos EUA, o que causou dúvidas nos dirigentes do associativo sobre o futuro da empresa à frente da SAF vascaína.

A 777 Partners foi procurada, mas não vai comentar a ação do clube associativo.


A ação tenta resguardar o Vasco em caso de possível penhora das ações da SAF vascaína e para o caso de a 777 colocar a SAF como garantia em caso de falência ou insolvência da 777. Pedrinho e seus pares entendem que o grupo americano não vai conseguir manter os compromissos com o Vasco e querem repassar a SAF para outro investidor.

Até o momento, a 777 comprou 31% das ações da Vasco SAF, com os aportes já realizados. Outros 30% pertencem ao Vasco pelo acordo de acionistas, e 39% estão comprometidos a depender dos aportes previstos para setembro de 2024 e setembro de 2025. A ação do clube não prevê diluição dos 31% já adquiridos pela 777.

Interessados na compra

Existem movimentos de interessados em comprar a fatia da 777. No primeiro momento, a empresa americana recusou consultas de venda da sua participação como sócia majoritária do futebol no Vasco.

Há interesse de uma empresa do grupo Crefisa – conforme noticiado anteriormente pelo jornalista Jorge Nicola -, patrocinadora do Palmeiras, e sondagem de companhias de fora do país, como a Fenway Sports Group. O grupo americano, que é dono majoritário das ações do Liverpool, acenou com investimentos em rede multiclubes, como o fundo árabe do grupo City.

O ge consultou a Crefisa sobre o assunto, que negou contato sobre compra do futebol do Vasco. Recentemente, em participação no programa “Roda Vida,” a presidente do Palmeiras e do grupo Crefisa, Leila Pereira, também negou que fosse investir no Vasco. Os valores, em primeiros contatos, estavam abaixo do que o grupo americano já colocou no futebol vascaíno.

Duas notificações

Durante a campanha presidencial do Vasco, em outubro de 2023, Pedrinho fez visita a José Roberto Lamacchia, marido de Leila Pereira e sócio-proprietário da Crefisa. Na ocasião, Lamacchia disse que “caso você seja eleito presidente do Vasco da Gama, eu tenho interesse em colocar o nome da Crefisa nos naming rights de São Januário”.

Recentemente, o departamento jurídico do Vasco se movimentou com duas notificações extrajudiciais contra a 777. Numa delas, pedia garantias do aporte de setembro – o maior previsto em contrato, de cerca de R$ 300 milhões, com correção monetária. Em outro, citava possível descumprimento da Lei das SAFs e do acordo de acionistas, em razão de possível troca de comando da empresa americana, de acordo com informações da ação de um fundo inglês contra a 777 nos EUA.

Situação atual

Até o momento, a 777 está em dia com suas obrigações no Vasco. Em outubro de 2023, houve atraso de alguns dias no pagamento de R$ 110 milhões.

O maior aporte de todos está previsto para setembro deste ano. Em 2023, segundo o balanço publicado no último dia 30, a SAF do Vasco teve prejuízo de R$ 123 milhões.

Fonte: ge

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