Vasco é o 3º clube que mais investiu em 2023 no elenco; veja lista
Os clubes do Brasileiro da Série A atingiram um recorde de investimento em elenco em 2023: um total de R$ 1,640 bilhão. O crescimento do gasto com contratações foi de R$ 274 milhões. É o que revela o relatório da consultoria Convocados, feito com a empresa de Galapagos Capital e Outfield, em cima dos balanços dos times.
O número é bem próximo da venda de atletas dos clubes no ano passado: R$ 1,620 bilhão. Ou seja, os times brasileiros têm gasto em média o que arrecadam com transferência, o que faz sentido em uma organização saudável de um clube de futebol.
Mas os valores de investimentos são bem diversificados e nem sempre sustentáveis se analisarmos os casos individualmente.
O Flamengo é o clube que mais botou dinheiro em seu elenco com um total de R$ 280 milhões no ano de 2023. Considerados cinco anos acumulados, o total ultrapassa a marca do bilhão: R$ 1,129 bilhão.
Como era de se esperar, é seguido pelo Palmeiras com R$ 178 milhões na última temporada, e outros R$ 828 milhões em cinco anos. Depois disso, o Vasco vem na terceira posição na temporada, com R$ 164 milhões. Mas, no período de cinco anos, o Atlético-MG ocupa a terceira posição (veja o ranking abaixo).
O estudo da Convocados faz ainda uma comparação dos investimentos em elenco com a geração de caixa (EBITIDA) nos últimos cinco anos, isto é, a capacidade de o clube gerar sobra de dinheiro. Assim, o relatório aponta se os investimentos na formação de elenco são sustentáveis com o dinheiro próprio ou vão gerar dívida e necessidade de aplicação de capital externo (de investidor).
Dos clubes da Série A, Flamengo, Palmeiras, São Paulo, Corinthians, Santos, Grêmio, Athlético-PR, Fluminense, Cuiabá e Goiás geraram caixa maior do que o investimento que fizeram em seus elencos. Não dá para dizer que todos os gastos foram sustentáveis porque alguns, caso do Corinthians, já tinham dívidas anteriores nas quais deveria ser aplicado a sobra para redução do passivo.
No outro grupo, Atlético-MG, Red Bull Bragantino, Internacional, Botafogo, Cruzeiro, Bahia, Vasco, Fortaleza e América-MG gastaram mais do que o caixa gerado no período de cinco anos. Clubes como o Botafogo e o Atlético-MG não geraram nenhuma sobra nesse período.
Não por acaso o Galo teve de transformar em SAF quando o débito foi reduzido porque os novos donos – família Menin entre outros – eram credores. No Botafogo, Textor tem acumulado prejuízos para montar um elenco forte.
O Bahia e Vasco, como SAFs, também tiveram investimentos acima da sua geração de caixa. Os valores foram bancados pelos novos donos, City e 777, respectivamente. Sem a 777, o Vasco terá problemas para continuar investindo.
Além dos gastos com elenco, o relatório Convocados apontou que houve crescimento no investimento na divisão de base e em infraestrutura. O valor gasto com categorias inferiores foi de R$ 270 milhões em 2023, contra R$ 224 milhões em 2022. Já os investimentos com infraestrutura subiram para R$ 332 milhões contra R$ 243 milhões na temporada anterior.
São reflexos das SAFs com dinheiro novo, de um aumento de receita dos clubes no ano passado e de dinheiro extra vindo da venda dos direitos de TV do Brasileiro dentro da Liga Forte União.
Investimento em elenco em 2023 (em cinco anos) –
(Dados Relatório Convocados)
Flamengo – R$ 280 milhões (R$ 1,129 bilhão)
Palmeiras – R$ 178 milhões. (R$ 828 milhões)
Vasco – R$ 164 milhões (R$ 206 milhões)
Bahia – R$ 160 milhões (R$ 225 milhões)
Atlético-MG – R$ 119 milhões (R$ 719 milhões)
RB Bragantino – R$ 113 milhões (R$ 620 milhões)
Athletico-PR – R$ 102 milhões (R$ 275 milhões)
Santos – R$ 101 milhões (R$ 294 milhões)
Internacional – R$ 78 milhões (R$ 344 milhões)
São Paulo – R$ 77 milhões (R$ 412 milhões)
Cruzeiro – R$ 76 milhões (R$ 233 milhões)
Fortaleza – R$ 73 milhões (R$ 150 milhões)
Corinthians – R$ 49 milhões (R$ 393 milhões)
Grêmio – R$ 25 milhões (R$ 275 milhões)
Botafogo – R$ 31 milhões (R$ 275 milhões)
Cuiabá – R$ 32 milhões (R$ 44 milhões)
Coritiba – R$ 29 milhões (R$ 44 milhões)
América-MG – R$ 8 milhões (R$ 27 milhões)
Fluminense – R$ 6 milhões (R$ 69 milhões)
Goiás – 0 (R$ 24 milhões)
Fonte: Blog do Rodrigo Mattos – UOL Esportes