Futebol

Mauro Cezar fala sobre venda da SAF Vasco ‘modo ilusão’

Aprovada em Assembleia Geral a venda do futebol do Vasco da Gama. Com isso, 70% da SAF passa a pertencer à 777 Partners. Esperança renovada para sua imensa torcida tão sofrida, com quatro rebaixamentos e cinco temporadas na Série B em apenas 14 anos.

O Vasco só não foi destruído porque clubes tão grandes resistem até às piores gestões. É evidente que a transformação em sociedade anônima era a única saída visível, e que dias melhores estão por vir. Até porque como piorar?


Nos próximos três anos, aproximadamente R$ 700 milhões serão investidos no futebol. Contudo, R$ 70 milhões já se foram em forma de empréstimo e o clube utilizou o dinheiro. Restarão, assim, R$ 630 milhões. Mas a 777 ainda despejará R$ 120 milhões (cerca de 23 milhões de euros) em 2022.

A grana será utilizada em contratações, no pagamento de salários e obras nos centros de treinamentos. Restarão, então, R$ 510 milhões, ou aproximadamente 97 milhões de euros, para que a partir de 2027 os investimentos sejam proporcionais aos resultados esportivos.


Isso dá mais de 24 milhões de euros por temporada. Ótimo em relação ao time atual, mas o valor não chega a ter volume que vá posicionar o Vasco, de cara, como um dos clubes de plantel mais caro do país. Sem falar no tempo necessário para a formação de um novo e mais qualificado elenco, que se transforme em boa equipe.

O momento vivido pelo Botafogo deveria ser observado com extrema atenção por todos os vascaínos. Os botafoguenses acionaram precipitadamente o “modo ilusão”, o retorno técnico não veio rapidamente como esperavam e no sábado, após mais um resultado decepcionante em casa (1 a 1 com o Ceará), a equipe voltou a ser vaiada.

Sim, o Vasco vai melhorar como SAF, mas não deverá ser instantâneo, imediato. Melhor celebrar a entrada em uma nova Era com parcimônia, sem confundir esperança, fé, com expectativas exageradas. Torcer para que os novos donos sejam realmente capazes e o futebol vascaíno tenha gente qualificada à frente. Pois empresas também podem ser bem ou mal geridas. Um pouco de realidade vai bem.

Fonte: UOL Esporte Mauro Cezar Pereira