Futebol

Calçada perdeu a oportunidade de trazer Pelé ao Vasco em 1957; entenda

Vascaíno declarado, Pelé teve a oportunidade de atuar em quatro partidas pelo clube em 1957, em um combinado entre Vasco e Santos no Maracanã. O que nem todos se lembram é que o time de São Januário tentou a contratação do então jovem de 16 anos, mas viu a diretoria santista torná-lo inegociável pelo ótimo desempenho apresentado no Rio de Janeiro.

Antes mesmo do torneio em um dos principais palcos do futebol mundial, o Vasco foi até Santos tentar contratar um jogador da equipe da Vila Belmiro. O alvo do então diretor de futebol Antônio Calçada era Del Vecchio. O atacante Ítalo-brasileiro marcou 105 gols em 180 jogos pelo Peixe entre 1953 e 1957.


O clube santista, porém, não aceitou negociá-lo, mas ofereceu um jovem promissor de apelido Pelé ao Vasco. Na época, o Rei ainda era reserva e não tinha recebido oportunidades. Calçada recusou e preferiu esperar ver o atacante em ação no torneio que as equipes preparavam para o Maracanã. Pelé estourou naqueles quatro jogos no Rio, e o Santos não quis mais conversa.

Quem conta a história são o historiador Walmer Santana e o vice-presidente do clube, Carlos Roberto Osório. Por pouco o Vasco não adquiriu Pelé um ano antes da Copa do Mundo de 1958.


– No início de junho de 1957, nosso então diretor Antônio Soares Calçada foi ao Santos para contratar um jogador, o Del Vecchio, que era titular do clube. O Santos não quis vender, mas ofereceu o reserva, que era o Pelé. O Vasco não abriu negociação, e o assunto morreu. Pouco tempo depois teve o torneio que o combinado Vasco-Santos jogou no Maracanã. O Pelé foi titular desse time e estourou aqui, foi um impacto gigantesco. O Vasco tentou retomar aquela conversa, mas o Santos já não quis mais negociar – disse Osório ao ge.

Arrependido após ver Pelé em ação pelo combinado no Maracanã, Calçada, que depois foi presidente do Vasco, tentou voltar atrás. O historiador Walmer Santana diz que em um torneio seguinte disputado no Morumbi, o Rei foi tão bem que já saiu convocado para a seleção brasileira. A partir daí, o Santos já era irredutível em negociá-lo.

– Depois teve o Torneio do Morumbi, e o Pelé arrebentou. Logo após o último jogo ele já estava com a camisa da seleção brasileira. O Santos já o colocou como inegociável. Aí o Vasco não tentou mais, porque não tinha mais chance, assim como o Bellini era inegociável para o Vasco.

– Tinha o interesse de observar melhor o Pelé nesse torneio. Mas aí o Santos se fechou para negociações. Pelé cansou de falar que era vascaíno desde pequeno e que o Vasco que deu a oportunidade de ele ser conhecido no mundo todo – lembrou o historiador.

Pelé nunca escondeu sua paixão pelo Vasco. Em 2020, revelou gratidão pelo clube por ter sido lançado neste torneio, no combinado das duas equipes. O Rei do Futebol reafirmou ser vascaíno e disse que, se pudesse escolher outro time para ter defendido, escolheria o Vasco.

– Fui não, sou Vasco. Para quem não se lembra, sou ainda.

– Se eu tivesse que escolher um clube para ter jogado, eu escolheria o meu Vasco. Mas eu defendi o Vasco, mesmo que por poucos jogos. Foi o time que me deu essa oportunidade. Foi lá que eu me tornei conhecido no mundo todo, foi um combinado Santos e Vasco e jogamos com a camisa do Vasco – disse Pelé ao “Canal Pilhado”.

Fonte: ge